Sindfilantrópicas

Cresce a busca por profissionais do Terceiro Setor no Brasil

18/10/2018

Já houve tempos que alguns diziam que trabalhar para organizações do Terceiro Setor era o pior emprego do mundo. O crescimento das organizações sociais no Brasil foi tão expressivo, no entanto, que o cenário atual é de dados inéditos.

O Terceiro Setor está crescendo e se profissionalizando no Brasil. Isso significa que há mais oportunidades para quem procura um trabalho alinhado com um propósito social. Um dos números mais impressionantes diz respeito às OSCs cadastradas no país atualmente: mais de 820 mil, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Sobre o setor

Pode não ser o seu caso, mas aqueles que, em geral, optam por trabalhar no Terceiro Setor são profissionais que, por alguma razão, possuem experiência, ainda que voluntária, em atividades de organizações oriundas da sociedade civil.

Por essa razão, é muito comum que as pessoas relacionem o Terceiro Setor com organizações sem fins lucrativos, filantropia e trabalho voluntário, mas não o imaginam como opção de carreira. Ledo engano. Organizações com fins sociais, com ou sem fins lucrativos, têm vagas e oportunidades de trabalho para profissionais de diversos setores.

Essas organizações passaram a exigir níveis de qualificação relativamente elevados na contratação de funcionários. Sem contar o tamanho de seus orçamentos e a magnitude de suas estruturas organizacionais.

O formato das fundações, chamadas pelo internacionalista Gilberto Dupas de “burocracia da virtude cívica”, operam segundo a lógica empresarial com conselhos administrativos e presidência. O grau de especialização dessas entidades, portanto, também interfere na escolha cuidadosa dos candidatos. No caso das empresas, os resultados da responsabilidade social devem se adaptar ao discurso cívico de suas fundações filantrópicas. Dessa maneira, a exigência das vagas acompanha a preocupação das entidades pela busca por excelência técnica para garantir confiança.

Quanto mais profissionais absorve, mais eficiência o setor precisa ter. Pessoas jurídicas e físicas dificilmente apoiam uma organização má administrada, desorganizada ou sem credibilidade. A profissionalização do setor tem uma função especial no setor social. Os doadores estão interessados em assegurar que a sistematização dos processos e projetos seja disseminada em todo o setor para garantir que os novos projetos se beneficiem da aprendizagem gerada por outros projetos que possam vir a ser financiados pelos mesmos doadores.

Para atingir altos níveis de maturidade e de implementação das metodologias de gestão eficientes, tais como Project Management for Development Professionals (PMD) e o Program Management for Development Professionals (PgMD), muitas empresas e organizações sociais têm recorrido aos serviços de consultorias, assessorias, auditorias e treinamentos específicos no assunto.

Exigências

Não pense que as exigências para a contratação desses profissionais são inferiores ao do setor privado. Pelo contrário, o setor também necessita de profissionais com conhecimento de estratégias de negócios, além de bom trato com pessoas, compaixão, maturidade emocional.

A profissionalização destas instituições é extremamente necessária para que atinjam um maior número de pessoas na sociedade de maneira efetiva. Mesmo as organizações “sem fins lucrativos”, ou seja, sem fins de acumulação de capital para o lucro de seus dirigentes, precisam ter resultado financeiro positivo, pois suas atividades e objetivos dependem disso para ser bem executado, melhorado e expandido.

Números do setor

Segundo Gerson Pacheco, diretor de país da ChildFund Brasil, o país já movimenta R$ 25 bilhões por ano, um montante bastante expressivo. Somente a ChildFund Brasil beneficia a 123 mil pessoas e conta com a parceria de 44 organizações sociais responsáveis, que atuam em mais de 53 municípios. A ChildFund é uma das organizações que pretende chegar a 2020 com 34% dos 35 milhões de orçamento anual captados no Brasil.

Pacheco enfatiza que “o mundo navega no Terceiro Setor porque já não há mais espaço, o vértice mudou, o que interessa hoje é a empresa cidadã, compromissada com a sociedade. Não tem como uma empresa deixar de ouvir os stakeholders na sociedade onde está inserida”.

O presidente da Prime Talent, David Braga, diz que, nos dias atuais, o Terceiro Setor já não comporta o modelo de gestão de voluntariado. É necessário contratar executivos para que as OSCs sejam mais assertivas e mostrem mais resultados.

O futuro é promissor. Segundo Braga, é esperado um aumento de pelo menos 30% de vagas nas organizações sociais no Brasil. A empresa Michael Page, por exemplo, registrou um aumento de 10% na quantidade de posições para o Terceiro Setor nos últimos dois anos. O diretor da empresa, Ricardo Basaglia, acredita que em oito anos vamos chegar a proporções parecidas com a dos Estados Unidos e da Europa.

Para saber mais sobre o mercado de trabalho no Terceiro Setor, acesse: O mercado de trabalho no Terceiro Setor

Já a consultoria de recrutamento Exec também registrou 25% de aumento nos últimos dois anos.

As pesquisas só reforçam que houve mesmo um “boom” desse setor no Brasil e que ele continuará em crescimento significativo nos próximos anos. Que ótima notícia, não?

Fonte: Ink Inspira

 

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